quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Um outono, um sorriso, uma despedida.


Me pego pensando em tudo que aconteceu e em tudo que poderia ter acontecido, jamais conseguirei esquecer aquele primeiro sorriso que me destes, as folhas nas copas das arvores dançavam em uma sintonia alucinante, teu sorriso encantador, o canto dos pássaros, a leve brisa de um outono gélido, as folhas secas ao chão se tornavam teclas ao toque dos teus pés, que de passo em passo ao caminhar as esmagavam.
Tudo isso faz parte de um passado que não volta, e mesmo que voltasse, a imagem de tuas lagrimas no teu rosto pálido, triste, em nossa despedida tomaram conta de minha cabeça, e se tudo voltasse a tona, seria muito difícil tirar esta imagem da cabeça. Aquele sorriso lindo, já não vejo mais com outra companhia ao teu lado, aqueles belos olhos que visavam o futuro, um objetivo, sonhos, hoje não conseguem alcançar a distancia de um sonho mínimo. Não tenho o que fazer, tu não tens o que fazer, o destino nos separou, e agora ao invés dos teus passos esmagarem as folhas secas, eles irão te levar para um lugar, que outrora abominavas.
Nunca fui um bom futuro, e creio que ainda não sou o melhor futuro para alguma vida, mas fui teu maior e melhor presente, te ensinei a observar a lua, as estrelas, o mar, enfim, te ensinei a analisar o quão bela é a natureza, e tirar o melhor dela: A paz.
Queria hoje poder voltar naquela tarde com uma suave brisa, porem gélida de outono, e recomeçar tudo, todavia não conseguiríamos apagar o que aconteceu, sendo assim, fica difícil criar uma expectativa que tudo pode ser diferente, as coisas não mudam a menos que queiramo-las de forma diferente.
Hoje fico aqui, com meu violão observando o pôr do sol, e tocando nossas canções, que há muito, embalavam nossas tardes de domingo, a lua não é a mesma, e o canto dos pássaros soa diferente aos meus ouvidos. Tudo mudou, no entanto nem tudo passou, mas confio no tempo, e com ele criei uma armadura que me protege do que me faz mal, e do que poderá me fazer mal. Tenho o tempo como um escudo e como uma arma, com a dor de tua ausência aprendi a usá-lo da melhor forma possível.
Hoje só espero que pense, reflita, e procure voltar a admirar a lua, que muito te deu forças, e muito te ensinou, não tens mais o som da viola ao teu redor, mas procure ouvir o som do vento e se um dia quiseres recomeçar, faça como eu, aprenda com o tempo a criar uma armadura, e vamos à batalha juntos, talvez teus olhos possam voltar a enxergar algo a mais do que o simples presente.

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